A atuação da psicanálise no enfrentamento à violência contra a mulher ganhou destaque internacional na recente edição da Revista Portuguesa de Psicanálise (v. 45, n. 1, 2025). O artigo intitulado “Grupo de Atendimento Clínico do COWAP Brasil no Enfrentamento à Violência Contra a Mulher: Abrindo a Caixa de Pandora” apresenta a trajetória do GAC — Grupo de Atendimento Clínico do COWAP Brasil — e conta com a participação de Mariangela Relvas, psicanalista associada à Equipe Práxis e fomentadora de temas ligados à Psicanálise e compromisso social.
Em primeiro lugar, o artigo chama atenção por sua abordagem sensível e bem fundamentada, que alia teoria e prática clínica diante de um tema tão urgente quanto delicado: a violência intrafamiliar contra mulheres, adolescentes e crianças. Dessa forma, a publicação marca um avanço importante na articulação entre escuta clínica, pesquisa e ação social.
Um grupo que escuta, acolhe e transforma
O GAC surgiu durante a pandemia de Covid-19, quando o isolamento social escancarou a necessidade de acolhimento psicológico emergencial para mulheres em situação de violência. Assim sendo, o grupo se consolidou como um espaço de escuta analítica gratuito e de alta qualidade, estruturado em três pilares: atendimento clínico, supervisão em grupo e estudos teóricos contínuos, compreendendo a Psicanálise e compromisso social desde seus primórdios.
Além disso, o artigo destaca a metodologia baseada no método de observação de bebês de Esther Bick, adaptado para a clínica do trauma. Como resultado, o GAC tem oferecido não apenas acolhimento, mas também ressignificação e elaboração psíquica para centenas de mulheres em diferentes regiões do Brasil.
Psicanálise e compromisso social: A contribuição de Mariangela Relvas
Embora o trabalho seja coletivo, a presença de Mariangela Relvas entre os autores ilustra o engajamento de profissionais comprometidos com uma escuta ética e atenta. Integrante do COWAP Brasil, Mariangela atua na linha de frente desse projeto desde sua fundação, contribuindo com sua experiência clínica e institucional. Contudo, sua participação é apenas uma entre várias vozes que compõem essa construção coletiva, precípua e profundamente humana.
Por que isso importa?
Em um país onde o número de feminicídios ainda cresce — 1.463 casos em 2023, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública —, trabalhos como o do GAC tornam-se fundamentais. Não apenas por oferecerem atendimento psicológico, mas também por desafiarem as estruturas patriarcais que sustentam essas violências. Como se não bastasse, o grupo também realiza uma produção de conhecimento capaz de inspirar novas práticas clínicas e políticas públicas.
Onde saber mais?
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