“É obrigatório participar?” Foi a pergunta que escutei antes de iniciar uma ação do chamado Setembro Amarelo em uma empresa. Desde então, nunca mais desenvolvi o mesmo tipo de ação no ambiente de trabalho.
Quando a campanha vira gatilho
Descobri que setembro é o mês mais difícil para muitas pessoas que estão em sofrimento psíquico. Se você ainda não entendeu, imagine estar com o joelho quebrado e escutar diariamente, por quase um mês, sobre prevenção de joelhos quebrados.
“Ah! Mas é só ir ao médico ‘consertar’ o joelho.” Se você pensou isso, talvez entenda mais sobre joelhos do que sobre sofrimento psíquico. No entanto, se tiver empatia com quem está adoecido, já é um bom começo.
“É obrigatório participar?” Foi a pergunta que escutei antes de iniciar uma ação do chamado Setembro Amarelo em uma empresa. Desde então, nunca mais desenvolvi o mesmo tipo de ação no ambiente de trabalho.
Quando a campanha vira gatilho
Descobri que setembro é o mês mais difícil para muitas pessoas que estão em sofrimento psíquico. Se você ainda não entendeu, imagine estar com o joelho quebrado e escutar diariamente, por quase um mês, sobre prevenção de joelhos quebrados.
“Ah! Mas é só ir ao médico ‘consertar’ o joelho.” Se você pensou isso, talvez entenda mais sobre joelhos do que sobre sofrimento psíquico. No entanto, se tiver empatia com quem está adoecido, já é um bom começo.
Entre boas práticas e contradições
Vamos meditar, nos cuidar, preservar etc. Tudo muito bem-vindo e necessário. Mas vamos também admitir que estamos exaustos, preocupados com as finanças, sem espaços adequados de lazer, inseguros na cidade, distantes da natureza e cada vez mais desconectados, porque rolar o feed das redes soa mais seguro do que lidar com as angústias da realidade.
O Setembro Amarelo tem sido mais sobre a “culpa” da pessoa que adoece e quase nada sobre a realidade — sobre todos os atravessamentos que nos estão adoecendo enquanto sociedade. É possível, sim, pensar e articular ações de prevenção em saúde mental, mas também precisamos admitir que a decisão pela finitude da vida é TAMBÉM uma questão filosófica e existencial para cada pessoa.
Saúde mental é contexto
Podemos evitar que alguém adoeça disponibilizando acesso aos serviços de saúde mental, mas também precisamos entender que saúde mental envolve o contexto completo: acesso à moradia, alimentação, renda, segurança e educação. Agora você entendeu que não estou falando sobre joelho quebrado e nem sobre beber água?
Convite ao RH e gestores
Então, meus colegas psicólogas(os) e profissionais de RH, sejamos honestos com nossa própria consciência e com nossos colegas de trabalho. Vamos convidar para o debate em saúde mental e propor espaços de reflexão com profundidade e seriedade, sabendo que o laço amarelo pode, por vezes, ser gatilho de sofrimento por justamente apontar à pessoa aquilo que gera dor e angústia.
Na dúvida, um vale-cinema ou uma folga ajudam mais do que um auditório cheio.
