Salvar os pais, não é função dos filhos
Sobre a culpa transgeracional nos filhos
Filhos não têm função, pois não são funcionais, são filhos. Não é uma função, é um lugar. Por isso, salvar os pais, não é função dos filhos. Sobre isso, precisamos entender sobre a culpa transgeracional nos filhos.
A culpa transgeracional nos filhos pode ser uma das fontes de angústias mais recorrentes nas relações parentais.
Desta forma, o filho que suporta tudo e abre mão de si mesmo para supostamente ser útil aos pais, se desconecta da vida e do próprio processo de amadurecimento e individuação, ou seja, da conexão consigo mesmo.
Sobre a culpa transgeracional nos filhos
Elaborar esta culpa e buscar estabelecer relações saudáveis com os pais, faz parte da jornada rumo à compreensão de que os pais precisam se responsabilizar pelas decisões deles, sem depositar nos filhos suas projeções e expectativas irreais.
Então, se a culpa é o temido obstáculo desta jornada, que se recorra então ao perdão e ao autoperdão e digo mais: não há cativeiro pior e mais insalubre do que o cativeiro psíquico. Um lugar sombrio e vazio onde habitam os vícios e as repetições.
Sobre os ciclos
Me entristece, muitas vezes, como somos incapazes de olhar para os vícios e as repetições de forma acolhedora. Não são os vícios e a repetições os vilões das nossas vidas, pelo contrário, o que isso que tanto nos vicia e tanto repetimos está tentando dizer?
Sendo assim, é quando se encerra o ciclo da culpa e do (auto)castigo que se pode olhar para os vícios e repetições com o coração aberto e os olhos bem atentos! Pois aquilo a que se resiste, milagrosamente pode se tornar a luz no fim do túnel que quase sempre se espera.
Entretanto, ela não virá enquanto não houver acolhimento destas partes que geralmente se olha só de canto de olho ou bem rapidinho durante uma missa, um culto, uma sessão ou até de forma constrangedora nos nossos sonhos.
Ninguém merece a desumanidade de ter que ser pai dos pais e muito menos filho órfão de pais vivos. Quer saber mais sobre os ciclos de culpas transgeracionais? Clique aqui e leia o artigo.
Reaja! Os sintomas não são a doença, podem ser a estrada rumo à cura!
Sobre a coragem
Finalizando, eu reflito com você, caro leitor corajoso que em tempos de atenção escassa às palavras, chegou até aqui movido por curiosidade ou afetação: “Temos o direito de fazer todas as escolhas, assim como nossos pais também tiveram. Ambos em tempos diferentes, eu sei, mas ainda assim todos têm suas escolhas”.
É preciso e possível decidir o que fazer com o que fazemos.
 
															 
								