Você já percebeu que, às vezes, reage de um jeito que nem entende direito? Parece que uma parte de você entra no modo automático, não é? É justamente sobre isso que fala a Terapia do Esquema, uma abordagem da psicologia que busca compreender por que repetimos certos padrões de pensamento, emoção e comportamento, mesmo quando eles nos causam sofrimento.
Na Terapia do Esquema, chamamos de esquemas aquelas ideias profundas que formamos sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre o mundo. Eles surgem lá atrás, na infância ou na adolescência, quando aprendemos a lidar, ou não lidar, com determinadas situações emocionais. Com o tempo, esses esquemas acabam funcionando como “óculos invisíveis” pelos quais enxergamos a vida e, muitas vezes, distorcem a forma como interpretamos o que acontece ao nosso redor.
Por exemplo, pense no esquema de abandono. A pessoa sente que, mais cedo ou mais tarde, será deixada de lado por quem ama. Mesmo sem motivo real, pode se tornar insegura, ciumenta ou esforçar-se demais para agradar, tentando evitar a rejeição. Outro caso comum é o esquema de padrões inflexíveis, em que a pessoa vive acreditando que nunca é boa o suficiente. Como resultado, sente ansiedade, culpa e medo de errar, o que acaba prejudicando sua autoconfiança e o bem-estar no dia a dia.
A boa notícia é que a Terapia do Esquema ajuda a identificar e transformar esses padrões. Aos poucos, a pessoa aprende a reconhecer quando está sendo guiada por um esquema antigo e passa a reagir de forma mais consciente e equilibrada. Assim, é como trocar uma lente embaçada por outra mais nítida, capaz de revelar o mundo e a si mesmo com mais clareza, gentileza e compaixão.


